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Ouvidoria da PM vai investigar policiais que agrediram motoboy na Zona Oeste de SP

Ouvidoria da PM vai investigar policiais que agrediram motoboy na Zona Oeste de SP Reprodução/TV Globo A Ouvidoria da Polícia Militar vai investigar a condut...

Ouvidoria da PM vai investigar policiais que agrediram motoboy na Zona Oeste de SP
Ouvidoria da PM vai investigar policiais que agrediram motoboy na Zona Oeste de SP (Foto: Reprodução)

Ouvidoria da PM vai investigar policiais que agrediram motoboy na Zona Oeste de SP Reprodução/TV Globo A Ouvidoria da Polícia Militar vai investigar a conduta de, pelo menos, três policiais militares que foram filmados agredindo um motoboy, de 26 anos, depois de uma vistoria de trânsito no bairro Raposo Tavares, na Zona Oeste de São Paulo. Os PMs alegam que o homem agrediu uma policial. Já o motoboy conta uma versão diferente. Vídeos feitos por testemunhas registraram o momento em que um grupo de PMs avançou contra João Matheus dos Santos Silva na garagem da casa dele. No meio da confusão, é possível ver que sobrou até para a namorada de João, que tentou apaziguar os ânimos. Ele não tem passagem pela polícia e contou que tudo começou porque a namorada saiu de moto, sem habilitação e capacete, para ir a uma festa na vizinhança, e acabou parada pela polícia. Em um áudio de WhatsApp, o jovem relatou que ficou sabendo da situação por amigos e foi até o local conversar com os policiais. “Eu falei para ele [policial] assim: ‘Então faz o seu serviço e prende a moto, depois eu vou lá e tiro’. Aí foi onde ele se exaltou, eu me exaltei, começamos uma discussão verbal, aí foi onde a policial Yasmin entrou, interveio, e ela foi colocar a mão no meu peito. Só que quando ela foi colocar a mão no meu peito, eu falei para ela: ‘Tira a mão de mim, não precisa colocar a mão em mim’, aí eu abaixei a mão dela, afastei a mão do meu corpo, mas com suavidade, em nenhum momento com agressividade", relatou. E complementou: "Entrei em casa para pegar os documentos. Nisso que eu entrei e eu estou descendo para voltar, para resolver, eles tinham passado no rádio que eu tinha agredido a policial. O apoio, quando chegou, chegou superexaltado. Já chegaram como se eu, de fato, tivesse agredido a policial, e quase arrebentaram o portão da casa que moro”. Na versão dos policiais militares, registrada na delegacia, “João chegou xingando os policiais e foi para cima deles dizendo que iria agredi-los”. A soldado Yasmin afirmou que “ele tentou dar um soco em seu rosto, e que foi atingida no ombro pelo golpe”. O mesmo boletim de ocorrência traz o relato da namorada de João. Consta que “durante a abordagem, o policial estava muito exaltado, e que João também se exaltou e tentou agredir o policial, mas foi contido por amigos, que o levaram para dentro de casa”. A namorada de João, no entanto, nega essa versão. Afirma que nunca falou isso. Nesta quarta-feira (30), ela procurou a Ouvidoria da Polícia para denunciar a adulteração do depoimento. João, que vai responder em liberdade pelo crime de resistência, a acompanhou. “Eu só quero voltar a trabalhar e pagar minhas contas como todo trabalhador, chegar em casa e curtir minha família, sair para a rua e me sentir em paz, protegido e acolhido pelo policiamento. Nós não podemos generalizar a corporação toda por causa de alguns policiais”, disse ele. Mais investigação Ouvidoria da PM vai investigar policiais por abordagem na Zona Oeste de SP Reprodução/TV Globo A Ouvidoria também deve investigar o que aconteceu depois das agressões na garagem. Isso porque a ação dos policiais, naquela noite, não terminou na abordagem de João. Moradores do bairro, que estavam na mesma festa que a namorada dele, contaram que os PMs seguiram depois para o local da confraternização e dispersaram, com truculência, todos os presentes. Uma câmera de segurança registrou essa parte. Os policiais aparecem estar apenas acompanhando a movimentação, até que dois deles caminham na direção de um grupo, já apontando as armas. Um homem corre, mas rapidamente é contido por outro agente e derrubado. Ainda no vídeo é possível ver que uma mulher tenta se aproximar e é empurrada por um dos PMs. Pouco depois, no alto da tela, uma bomba de gás é lançada por um policial. Nessa hora, os moradores se dispersam, e o rapaz que tentava fugir é algemado. Com ele, a polícia não encontrou nada. O jovem foi detido e liberado em seguida. O que dizem as autoridades Sobre essa confusão no local da festa, os policiais envolvidos disseram que tudo começou porque o jovem detido estava incitando as outras pessoas a agredirem os policiais. A Corregedoria da PM informou que não compactua com excessos e que também vai investigar a conduta dos agentes. Sobre a denúncia de adulteração do depoimento, a Polícia Civil disse que vai apurar e que todas as partes serão ouvidas para a devida formalização das versões sobre os fatos.