Ejeção em aviões: entenda a tecnologia que salvou piloto em acidente com Super Tucano da FAB
Entenda como funciona a ejeção, procedimento que salvou piloto da Esquadrilha da Fumaça A ejeção, sistema que empurra o assento do piloto para fora da aero...

Entenda como funciona a ejeção, procedimento que salvou piloto da Esquadrilha da Fumaça A ejeção, sistema que empurra o assento do piloto para fora da aerovane, salvou a vida de um aviador da Esquadrilha da Fumaça, após uma colisão entre duas aeronaves A-29 Super Tucano em um voo de treinamento entre Descalvado e Porto Ferreira (SP), na quarta-feira (30). A aeronave em que ele estava caiu e a outra conseguiu pousar em segurança. O procedimento de emergência, que é ativado pelo piloto, consiste em pequenas explosões seguidas do acionamento de um motor foguete para lançar o assento, acionando o paraquedas automaticamente. James Waterhouse, professor de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), explicou ao g1 como funciona o sistema e como ele pode ser um trauma grande ao organismo, já que o piloto é lançado com uma força que pode chegar a 14 vezes o peso dele. LEIA TAMBÉM: A-29 SUPER TUCANO: conheça o avião da Esquadrilha que caiu em SP FLAGRANTE: VÍDEO mostra o momento de colisão de aviões INVESTIGAÇÃO: peças de avião que caiu são retiradas; Cenipa investiga PILOTO SE SALVA: VÍDEO mostra piloto em paraquedas após se ejetar Como funciona a ejeção? Simulação de ejeção de avião Reprodução O sistema de assento ejetor conta com diversos dispositivos que lançam o piloto para fora da aeronave, a uma distância segura, e acionam automaticamente o paraquedas. Isso é feito por uma sequência de pequenas cargas explosivas que, em milésimos de segundo, entram em ação. Quase ao mesmo tempo, um cordão explosivo embutido na cabine é acionado, abrindo caminho para a saída. “Quando essas pequenas explosões acabam, um motor foguete é acionado para fazer com que o assento levante a uma altura mínima para o paraquedas abrir. E isso é porque às vezes o avião está muito perto do chão. Em muitas ejeções, já até bateu no chão e o piloto ejeta”, explicou Waterhouse. A-29 Super Tucano da FAB é usado pela Esquadrilha da Fumaça Arte g1 Processo rápido e violento Piloto aparece em paraquedas logo após se ejetar de avião que caiu entre Descalvado e Porto Ferreira, no interior de SP Arquivo pessoal O piloto só aciona o assento ejetor quando não há outra alternativa para manter o controle da aeronave. O processo de ejeção é extremamente rápido e violento. Durante a ejeção, o piloto é lançado com uma força equivalente a uma desaceleração brutal de até 14 Gs (14 vezes maior que a gravidade da Terra). É como se, em uma fração de segundo, o piloto pesasse mais de uma tonelada. Segundo o especialista, existem diversos tipos de assentos ejetáveis, e cada modelo tem características próprias. Alguns exigem uma altura e velocidade mínimas para funcionar com segurança. Outros, mais avançados, são projetados para operar mesmo em situações extremas, como em baixa altitude ou em velocidade quase nula. O processo de ejeção ocorre em questão de centésimos de segundo. Logo após o rompimento da cabine, um sistema automático recolhe as pernas do piloto, que ficam nos pedais, e também posiciona a cabeça junto ao encosto do assento. Tudo é feito para proteger o corpo durante o disparo do assento. “A coluna do piloto tem que estar bem reta, porque a força dessas explosões são tão fortes que se o piloto estiver torto ele pode fraturar a coluna”, explicou o professor. Em 2012, um piloto da FAB mostrou como é o procedimento para o piloto acionar a ejeção. VEJA O VÍDEO ABAIXO: Piloto da FAB mostra como o piloto se prepara para a ejeção de um avião militar A cadeira ejetora projeta o piloto a cerca de 80 metros de altura, então o assento se desprende liberando o paraquedas. Todo o sistema é automatizado e funciona mesmo que o piloto esteja inconsciente por algum motivo ou devido à forte aceleração. “Uma ejeção é um trauma relativamente grande ao organismo. Primeiro, é por causa da aceleração provocada pelas explosões do motor foguete, o tranco é muito forte. Depois, na hora do pouco com o paraquedas, parece que é devagar, mas não é bem assim. A pancada é grande e muita gente torce ou machuca pé ou tornozelo”, explicou Waterhouse. Segundo o professo, existem caças, como o F35B, que possuem sistema de ejeção automática em condições específicas. VEJA NO VÍDEO ABAIXO O PILOTO APÓS A EJEÇÃO NA QUARTA: Vídeo mostra piloto em paraquedas após ejeção de avião da Esquadrilha que caiu em SP Treinamento Simulação de ejeção feita pela Esquadrilha da Fumaça na AFA em Pirassununga Esquadrilha da Fumaça/Divulgação De acordo com o professor, os pilotos treinam a sequência da ejeção no assento para que o procedimento seja bem sucedido. “Quando o piloto o piloto escolhe a ejeção, é porque ele já considerou o problema insolúvel. Todas as vezes que o risco de vida é iminente, entre o avião e o piloto, você joga fora o avião. O piloto é um elo precioso da cadeia militar, sua vida é extremamente importante. Na dúvida, o piloto deve ejetar”, disse o professor. Acidente em treinamento Vídeo mostra momento exato de colisão de aviões da Esquadrilha da Fumaça; um deles caiu O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga a partir desta quinta-feira (31) os fatores que contribuíram para a queda do avião A-29 Super Tucano que se chocou com outro durante um treinamento da Esquadrilha da Fumaça. Veja aqui o momento da colisão. O acidente aconteceu na manhã de quarta-feira (30) entre Descalvado e Porto Ferreira (SP). Um deles caiu em um terreno na zona rural, mas o piloto conseguiu se ejetar. Um vídeo mostra ele em paraquedas logo após sair da aeronave. O outra avião envolvido no acidente conseguiu pousar em segurança. Ninguém ficou ferido, segundo a Academia da Força Aérea (AFA). Aviões da Esquadrilha da Fumaça batem no ar durante treinamento entre Descalvado e Porto Ferreira Redes sociais VÍDEOS DA EPTV: